segunda-feira, 26 de maio de 2014

UYUNI - Salar e Deserto de Siloli




O maior deserto de sal contínuo do mundo, com seus atrativos naturais e culturais, compostos por cemitério de trens, hotéis de sal, ilha de cactus gigantes, lagunas coloridas e pedras esculpidas pelo vento, faz dessa região, a mais impressionante do território boliviano.

 

Dia I

 




Monumento do centro de Uyuni
O céu de brigadeiro oferecia as boas vindas em Uyuni naquela manhã. Logo cedo, ao acordar num pequeno hostel no centro da cidade, após ligeiro café, um aguardado atrativo natural estava prestes a ser visitado. Após compra de alguns mantimentos e poucos litros de água, me direcionei a sede da empresa que nos levaria a pequena expedição de 03 dias ao Salar de Uyuni e Deserto de Siloli. A travessia por essa região é um dos roteiros turísticos mais bem sucedidos de toda a Bolívia e atrai, durante todo o ano, visitantes em busca de experiências exclusivas em terras sul-americanas. 

Em um veículo 4x4 com capacidade para 07 pessoas, ali conheci meus companheiros de viagem. Além de mim, o grupo era formado por outra brasileira, uma boliviana, um costa riquenho, um alemão e dois japoneses. Após malas devidamente alojadas e grupo reunido, por volta das 10h saímos em direção ao deserto de sal e seus inúmeros atrativos impares.





 

Preparando nosso veículo para ó tour do salar e deserto

 

Cemitério de Trens

 

Logo na saída de Uyuni, pouco antes do início do deserto, nos deparamos com um imenso cemitério de trens. O local possui dezenas de locomotivas a vapor antigas e inúmeros vagões e peças destruídas por diversas causas. Tudo é concentrado ali oferecendo um cenário atípico e surpreendente. Uma rápida parada foi suficiente para reconhecimento do lugar e acervo fotográfico.




 

Salar de Uyuni

Às margens da região desértica, fizemos uma breve parada em uma pequena comunidade chamada Colchani, onde o sal é protagonista e está presente nos trabalhos artesanais feitos por locais e nas peças de um pequeno museu.
 
 
 
trabalho manual a venda em Colchani
 
 

Seguindo viagem, considerado o maior deserto de sal contínuo do mundo, o salar possui uma área de 12 mil km2, resultado da evaporação de antigos lagos a 3.600 metros de altitude. Dali para frente, o asfalto seria uma imensa placa branca de sal e o céu azul como horizonte.
 



Em outra breve parada, tivemos contato com uma área de exploração do sal. Pequenos montes pontiagudos apresentavam outra nova paisagem adversa. Estima-se que o Salar de Uyuni contenha 10 bilhões de toneladas de sal, das quais menos de 25 mil são extraídas anualmente como atividade econômica. Dada a imensidão branca apresentada no momento, a criatividade para as fotos dão asas à imaginação ao brincar a perspectiva e profundidade de campo.
 
 

 
 
 

 
 

 
Mais uma hora adiante em nosso 4x4, chegamos a uma construção feita de blocos do sal e um monumento denominado “Praça das Bandeiras”, constituído por bandeiras de diversas nações dentro de um circulo demarcado também por blocos de sal.
 
Praça das Bandeiras
 
 
O relógio já marcava 12h e o momento era muito oportuno para o almoço. Ali a primeira surpresa, nosso motorista, guia e mecânico, também era responsável para o preparo do almoço. Sem higiene alguma me deparei com aquele rapaz manipulando os alimentos nos que nos seria servido. O cardápio, a princípio não era dos piores. Com o porta malas aberto, o almoço foi improvisado em vasilhames plásticos junto a pratos e talheres. O cardápio se resumiu em bisteca de porco frita, acompanhado de quinoa e salada de pepino com tomate. Enquanto nossos amigos japoneses optaram apenas pela salada, dei uma atenção maior às apresentáveis bistecas embaixo de um sol de aproximadamente 40 graus. Naquele momento, não imaginava que isso me traria péssimas conseqüências horas mais tarde.


Almoço realizado no próprio veículo



Seguindo caminho por mais algumas horas naquela imensidão branca, bem ao fundo já nos deparavamos por uma espécie de ilha em meio a toda aquela claridade. A princípio a imagem se confundia com o horizonte profundo e tremulo por conta do calor, que nos dava a impressão de uma mera miragem.



 

Isla Del Pescado

 

De fato não se tratava de miragem alguma. Em uma formação rochosa como todas as outras que emergem do chão, a ilha del pescado tem a base de rochas vulcânicas. Acima, em camadas sucessivas, algas verdes fibrosas e sedimentos. Dessa mistura, brota a vegetação. Em pleno salar, é um dos poucos pontos com alta concentração de seres vivos. Entre estes, destacam-se cactos gigantes com até dez metros de altura, com mais de 600 anos de idade. A ilha recebeu esse nome pelos moradores indígenas da região por ter a silhueta de um peixe. Com aproximadamente 01 hora de visitação, adentramos para reconhecimento local. Em um caminho formado por uma pequena trilha, pode-se percorrer por boa parcela da área da localidade em meios aos cactus até seu ponto mais alto em um mirante com vista panorâmica de todo aquele mar branco até a vista se perder. O espaço oferece sanitário e um pequeno museu com artefatos e história da comunidade indígena local.

 

 



 



Com o final de tarde se aproximando e a temperatura caindo bruscamente, o sal dava lugar a um deserto de coloração mais árida e avermelhada, formando uma belo contraste com o azul do anoitecer. Nossa próxima parada seria um alojamento no vilarejo de San Juan.
 
 

 

Noite em San Juan

Em uma pequena vila situada na base de uma montanha, chegamos a um simples alojamento de viajantes, todo feito de blocos de sal. Paredes, cadeiras, mesas e as camas eram feitos desses blocos com o chão todo revestido de pequenas pedras de sal. O espaço oferecia 2 pequenos banheiros coletivos e diversos quartos. Naquele momento, com um grupo de aproximadamente 40 visitantes de diversas partes do mundo, fomos recepcionados por um quente chá da tarde que antecedia o jantar. Já não me sentia muito bem. Com a sensação de insolação, febre e dores no corpo, o café foi mal apreciado e substituído por poucas horas de descanso até o jantar.

Ainda sem disposição e banho mal sucedido após sermos informados que não teríamos água quente e o termômetro já apontando 5 graus, com febre alta e muita indisposição, o jantar servido por uma sopa de legumes e frango assado ofereceu um pequeno conforto para aquela gélida noite.
 

Vilarejo de San Juan
 

Dia II – Deserto de Siloli

 

Às 7h da manhã todo o grupo já se preparava para mais um dia de atividades. Com um rápido café da manhã, todos já se direcionavam para os veículos para reconhecimento do deserto de Siloli. É caracterizado pelas suas formações rochosas, resultantes dos fortes ventos que a região tem e considerado como um dos mais áridos do mundo.
 
 
 

Com a péssima noite de sono e função da alta febre e contrações abdominais por uma forte infecção intestinal que ainda viria acontecer, aquela manhã não foi uma das melhores experiências vivenciadas.
 


 
 

Com belas paisagens ao entorno de grandes montanhas e areia vermelha em meio a pequenas vegetações rasteiras, seguimos até nosso as famosas lagunas Cañapas, Chiarcota e Honda. São lagoas de médio a grande porte em meio a aridez da localidade e constituída por musgos, escassa vegetação ao entorno e centenas de flamingos que por ali vivem.




Entre uma pequena parada na laguna Chiarcota, ao lado de um hotel de sal desativado, minha grande surpresa, e objeto de desejo mais buscado naquele momento: um banheiro ecológico. Nunca na vida imaginaria encontrar um banheiro seco no meio do deserto. E em meio a um calor de quase 40 graus, após utilizar e apreciar aquele momento, as próximas horas seriam mais tranqüilas e menos dolorosas.

Banheiro seco em meio ao deserto
 

Na ultima laguna a ser visitada, tivemos a parada para mais um almoço preparado pelo nosso motorista. Às margens da lagoa, com a bela paisagem formada pelas centenas de flamingos e grandes montanhas com seus picos ainda coberto de neve, meu intestino dizia para não comer aquilo, porém, por estar a quase 24h sem me alimentar, corajosamente encarei um filé de frango a milanesa  regado de óleo acompanhado de salada de tomates e batatas cozidas.


Parada para almoço às margens de uma das lagoas



 

Árvore de Pedra e Laguna Colorada

Com mais algumas horas percorridas, veículo quebrado e provisoriamente consertado, seguimos até uma região com diversas formações rochosas esculpidas naturalmente. Ali, em uma área de delimitado acesso, nos deparamos com a Árvore de Pedra – arbol de piedra - um monólito natural de formação geomorfológica por erosão causada pelo vento muito forte da região. O complexo está próximo à Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa, onde também se situa a Laguna Colorada.

Veículo quebrado (comum realidade)

Árvore de Pedra
 

Chegamos às margens da laguna em um mirante no alto de um morro onde a vista panorâmica da localidade apresentava toda sua extensão. É um lago salgado e contém ilhas de sal bórax, cuja cor branca contrasta com a cor avermelhada de suas águas, que é originada por sedimentos vermelhos e pigmentação de algas.




 

Noite em Siloli

Novamente em outro pequeno povoado dentro da Reserva Nacional, nos hospedamos em um alojamento com condições precárias de infraestrutura. Novamente sem água quente e a 2 dias sem banho sem higiene alguma, depois de uma pequena barganha financeira, consegui com umas das cholas – moradora indígena – um pequeno bule de água quente para um rápido banho. A temperatura já beirava 0 graus e com uma febre de 39 graus, um banho quente era tudo o que eu desejava.

No café de final de tarde, entre uma prosa e outra, descobri que algumas pessoas não retornariam para Uyuni no próximo dia, e sim para a fronteira da Bolívia com o Chile no território de Ollague – cidade chilena. Como ganharia um dia de viagem em não ter que voltar para Uyuni, para depois ir a citada fronteira, após algumas negociações, consegui me juntar ao grupo.

Com mais um jantar perdido e um pouco de medicação, já me encontrava embaixo dos cobertores daquele simples e precário alojamento apenas aguardando o dia seguinte.

 

Dia III – Destino à fronteira

Com a mudança de planos e algumas atividades abortadas, junto o desgaste físico e desidratação por ter adoecido, o terceiro dia serviu apenas como retorno em boa parcela do trajeto percorrido no dia anterior e desvio no sentido oeste para Ollague, cidade localizada ao extremo norte do Chile. Após aproximadamente 200km em meio ao deserto, chegamos à fronteira boliviana. Saindo da Bolívia, em uma zona neutra, o motorista nos deixou à 5 km da fronteira do Chile. Ali esperamos por horas, em meio à incerteza, por algum meio de transporte nos buscar para a travessia. Com um pouco de burocracia e desorganização na passagem da fronteira, ao entrarmos no território chileno, seguimos mais 06 horas de estradas entre terra e asfaltos precários, em um simples micro ônibus até a cidade de Calama. O destino final seria a cidade de San Pedro do Atacama. Em um ônibus – agora em melhores condições – seguimos da rodoviária por mais 01 hora de estrada até a cidade localizada a 2.400 metros de altitude, incrustada em meio ao deserto do Atacama.   

Aguardando transporte para entrar no Chile
 

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

POTOSÍ - Minas de Prata e Centro Histórico


“A cidade não esqueceu seu passado colonial, responsável pelas toneladas de prata extraída de suas minas locais. Sua bem preservada arquitetura da época lhe rendeu o título de Patrimônio Histórico da Humanidade, pela Unesco, uma espécie de prêmio de consolação por séculos de exploração da miserável população”

 

Dia I

 

Vista panorâmica de Potosi
Saindo de Sucre, logo pela manhã já me encontrava dentro de um ônibus rumo à Potosí. A viagem de aproximadamente 04 horas me reservou atípicas e belas paisagens de altitude entre as áridas montanhas da região.

Nos arredores na cidade, a visão é impactante, pois a primeira sensação que se tem é estar em um lugar sem cor numa região aparentemente desértica. Esse fato deve-se a Potosí estar localizada a 4.090 metros de altitude, sendo uma das cidades mais altas do mundo.

Ao desembarcar na rodoviária central, a primeira impressão também não é das melhores. Com ares de cidade interiorana, pobre e ambiente notavelmente sem higiene, o local mistura mochileiros de todas as partes, com pedintes, vendedores ambulantes, trânsito caótico e as intermináveis e constantes buzinas dos carros que por ali passam.

 
 
 
De taxi, segui até o pequeno Hostel San Marcos, uma hospedaria incrustada no pequeno centro histórico da cidade, ponto mais alto da localidade. A medida que avançávamos, a sensação e impressão sobre a cidade melhorava. O local limpo e tranquilo abriga uma grande quantidade de monumentos históricos.
 
 
Hostel San Marcos
 
 
Naquele momento já sentia os efeitos da altitude. Com certa dificuldade respiratória por conta do ar rarefeito – a pressão do ar diminui e se tem a sensação de um ar pesado, onde devido a sua pouca densidade, a quantidade de oxigênio é baixa – o primeiro sintoma foi de leve dor de cabeça e estafa sentida em pequenos esforços físicos até então realizados.

Já me encontrava próximo ao horário do almoço e logo após realizar o check-in na hospedaria, me restava apenas alguns poucos minutos para um rápido lanche e saída para um dos principais atrativos de visitação que por anos representou uma riqueza e responsável pelo desenvolvimento de Potosí.

 

Minas de Prata

 

Entrada de uma das minas
As minas de prata de Potosí favoreceram o grande império espanhol por séculos. As jazidas foram descobertas casualmente, em 1545, por um indígena chamado Hualpa ou Gualca. Neste mesmo ano foi registrada uma primeira mina no Cerro Rico, uma montanha que chega a 4.500 metros de altitude, que o espanhol Juan de Villarroel denominou a “Descoberta”. Ao final do século XVIII contavam-se cerca de 5 mil bocas de mina, produzindo anualmente 250 a 300 mil marcos de prata. Quase que momentaneamente a população da então pacata e isolada vila começou a se multiplicar, transformando-a numa das maiores cidades das américas, chegando a ter, quase 200 mil habitantes.

Para o deslocamento até uma das minas, me juntei a um grupo formado em grande maioria por argentinos e num pequeno ônibus nos deslocamos até a base do cerro. Ali recebemos vestimentas adequadas - macacão impermeável, botas de borracha, capacete e lâmpadas de cabeça – junto às informações de conduta por um dos guias do local.

A grandeza do lugar, junto a centenas de trabalhadores em meios aos recortes do cerro, entramos em fila indiana em uma das minas ainda ativa. Sem iluminação alguma e dependendo apenas das lâmpadas individuais, a visão não é privilegiada e a atenção torna-se fundamental para evitar possíveis desagrados. Conforme adentramos aos corredores da mina, o espaço vai se tornado estreito, úmido e com um cheiro atípico. São várias bifurcações e escadarias onde apenas com o acompanhamento do guia tornaria mais tranqüilo o retorno. Após centenas de metros adentro da mina me deparei com um pitoresco e impactante monumento.
 


 
 
 
El Tio, é o senhor do submundo e dos minérios, ao qual devem ser feitos sacrifícios de modo a que os mineiros possam encontrar minerais, enriquecer e claro, sair das minas com vida. Para garantir que o "Tio" tem saciada a sua sede de sangue são feitos sacrifícios de lhamas à entrada das minas. Além disso são-lhe oferecidas folhas de coca, cigarros e álcool pelo menos 1 vez por semana.

 
El Tio
Após algumas horas mina adentro e várias histórias interessantíssimas, retornamos a sede de Potosí. Era final de tarde e ainda me restava aproveitar o tempo livre para conhecimento do centro histórico. A conseqüência de toda a mineração foi transformar Potosí na mais rica cidade do continente. Novamente na hospedaria, para um rápido banho e troca de roupas por conta de queda brusca de temperatura no final da tarde, encontrei um pequeno folheto turístico que apresentava aos principais monumentos a serem visitados.

 








Centro Histórico

A pé, e ainda sofrendo com os efeitos da altitude, em um raio de aproximadamente 02 quilômetros entre as estreitas e desiguais ruas da área central, comecei a visitar as principais e sugestivas construções.


Cerro Rico ao fundo
Edifício histórico



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 







Dentre as dezenas de atrativos culturais, me identifiquei com a Plaza 10 de Noviembro, marco zero da localidade e recheada de boas paisagens refletindo o dia a dia das pessoas que por ali circulam. A maioria dos visitantes cruza várias vezes neste hemiciclo de Plaza e torna-se um local agradável para sentar-se e assistir a cidade de Potosi operar em seu entorno.

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 







Outro grande edifício cultural é a Casa Nacional de La Moneda, construída no século XVIII, considerado um museu de grande importância para a Bolívia, o local reflete as diferentes etapas de cunhagem de moedas e outras manifestações culturais em pintura, arte e história. Existe a possibilidade de realizar um passeio guiado, mas por momento da ocasião, resolvi realizar rapidamente uma visita apenas para observação.

 
 
Casa de la Moneda
 



A religiosidade é outro marco impar da cidade. Com inúmeros templos datados de vários séculos, a cada esquina o visitante possui uma nova surpresa. Das principais igrejas visitadas, em grande maioria apenas para a observação de suas fachadas, me identifiquei com a Igreja de San Lorenzo. Localizada próximo ao Mercado Municipal, sua apresentação imponente em pedras lavradas dão um toque diferenciado em seu exterior.
 

 
 
Com a noite se aproximando, muito frio e cansaço ao extremo por conta do dia intenso junto a dificuldade de oxigenação, o jantar foi cancelado e substituído bolachas e suco de caixinha para em seguida realizar uma longa noite de sono.

 

Dia II

Logo pela manhã, após café matinal típico e simples, em conversa com alguns moradores locais e sem muito planejamento sobre o que fazer naquele dia, recebi a indicação de conhecer algumas lagoas com águas termais. Assim, após um pouco de especulação e contato com uma agência receptiva resolvi optar por conhecer a laguna Tarapaya.

 

Laguna Tarapaya

 
Ao fundo, laguna Tarapaya

Após reservar um taxi por intermédio da agência receptiva – vale considerar que esse ato fez com que o deslocamento ficasse algumas vezes mais caro em relação a uma negociação diretamente com o taxista – por aproximadamente 40 minutos de estrada sinuosa entre belíssimas montanhas áridas e de diversas colorações devidos a diferentes tipos de solo, cheguei a uma pequena propriedade onde se situa a laguna. Ao pagar uma pequena taxa aos moradores locais que administram a área, o lugar não surpreendeu. Com um pouco de desorganização, falta de higiene com animais e aves de criação soltos em meio aos visitantes, mais ao fundo, na base de diversas formações montanhosas em um cenário de paisagem espetacular a laguna me aguardava. A temperatura naquela manhã não passava de 10 graus e era representada por fortes correntes de ventos gélidos. Depois de algumas fotografias e reconhecimento do lugar, decidi saltar laguna adentro.  Com um raio de aproximadamente 30 metros, água esverdeada e temperatura média de 35 graus, o rápido mergulho fez jus à decisão de visitar a localidade. Um reflexo social encontrado no local é a incidência de moradores daquela comunidade que aproveitam a vazão da água quente para lavagem de roupas e demais objetos pessoais, causando um nítido contraste visual.
 
 
 

 

Mirante Panorâmico e Mercado Municipal

 

Retornando a cidade, entre uma história e outra com o taxista, fui informado sobre um restaurante panorâmico localizado num ponto estratégico que serviria como um perfeito mirante de 360º.  O visual é fantástico e o visitante pode obter uma visão privilegiada de toda extensão urbana de Potosi em sua coloração ocre e uniforme.

De volta ao centro histórico, após um almoço em um belo restaurante adaptado em uma construção com detalhes contemporâneos, me restava terminar de visitar alguns atrativos culturais. Como sempre, me interessei por conhecer o Mercado Central Municipal, grande espelho dos hábitos e costumes da comunidade que por ali vive.
 

 
Em um espaço relativamente pequeno, situado na parte baixa do centro histórico, o mercado é distribuído em inúmeros estandes com produtos convencionais, especiarias com destaque para a folha de coca e carnes comercializadas sem refrigeração e higiene alguma.
 
 

Dali, o pouco tempo que me sobrou foi reservado ao retorno à hospedaria para organização dos pertences pessoais e direcionamento novamente à rodoviária da cidade com destino à Uyuni, cidade com aproximadamente 20.000 habitantes e que possui o maior deserto de sal continuo do mundo.