segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Classe média gasta mais com viagem

Prainha - Itacaré - BA

Cresce o número de brasileiros que pretendem viajar nos proximos seis meses. Segundo levantamento feito pela FGV, houve um aumento de 37,6% na intenção de viagem dos consumidores em comparação com o mês de julho de 2010. 


O levantamento foi feito a pedido o Mtur que atribui a melhora do índice às constantes promoções dos destinos turísticos. Para o Ministro Pedro Novais, o crescimento da classe média tem influenciado também. 

66% dos entrevistados pretendem viajar pelo Nordeste e Sudeste do país.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

PROSA DIGITAL – BONITO/MS DIA II


Após um primeiro dia cansativo entre espera em aeroportos, deslocamentos rodoviários distantes e acertos sobre as programações a serem realizadas, acordamos no dia II às 7h30 da manhã e após o café da manhã sem grande glamour, mas até certo ponto agradável, entramos na van que já nos esperava para a primeira atividade da manhã que ainda era incerta. Relembrando que em Bonito os atrativos possuem capacidade de carga – limite máximo de pessoas que um local pode absorver – não tínhamos ainda vaga disponível em uma das duas grutas que iríamos visitar. Saberíamos disso apenas no local e com muita sorte, caso alguém não comparecesse.






Gruta da Lagoa Azul

Eu na entrada da caverna
Após alguns quilômetros em estrada de terra, divididas em áreas de pastagem e mata, chegamos ao primeiro atrativo, a Gruta da Lagoa Azul. A primeira grande surpresa positiva foi em relação à infra-estrutura receptiva encontrada, com atraentes construções rústicas e espaços para acomodação de dezenas de pessoas enquanto aguardam para formar o grupo limitado de visitação. Obrigatoriamente, todas as visitas são monitoradas por um dos guias locais – todos possuem curso de guia de turismo – e equipamento de proteção individual. O valor para a visita da gruta da lagoa azul é de R$25,00, porém o transporte oferecido pela agência fica em torno de R$40,00.
Em loco, recebemos a informação de que nossa visita estava liberada, pois exatamente um casal, por motivo não explicado, perdeu o passeio. Após recebermos as informações básicas de orientação no local, seguimos por uma pequena trilha de aproximadamente 500 metros até a entrada da caverna.
Falando um pouco de história, segundo relatos a caverna foi descoberta na década de 1920 por uma tribo indígena local e atualmente é considerada uma das maiores cavernas inundadas do planeta. Já na década de 1990 uma expedição franco-brasileira de espeleomergulhadores encontrou uma série de fósseis de mamíferos que viveram a aproximadamente 10.000 anos atrás – maiores informações www.portalbonito.com.br.



Guia oferecendo informações ao grupo
Após a descida em um salão de aproximadamente 100 metros, deparamos com inúmeros espeleotemas - nome genérico de todas as formações rochosas que ocorrem tipicamente no interior de cavernas como resultado da sedimentação e cristalização de minerais dissolvidos na água – e paisagem descomunal, chegamos ao um lago com águas intensamente azuladas. Através das informações de nosso excelente guia Rogério Alves - recomendo que o procurem, pois o cidadão possui um conhecimento muito abrangente  da região e ótima comunicação (rogerioalves75@yahoo.com.br) - o curioso foi sobre a profundidade do lago, que ultrapassa 90 metros. Dada a beleza impar do atrativo, o local hoje recebe pesquisadores do mundo inteiro. 



A visita dura em média 2h e a sugestão é de já adquirir a visitação nas Grutas de São Miguel, que está situada há apenas alguns minutos dali e o visitante paga um valor único para o deslocamento.


Vista panorâmica da lagoa azul


Grutas de São Miguel



Organização do grupo para entrada na caverna
Fazendo jus à infra-estrutura existente na primeira propriedade, o receptivo das Grutas de São Miguel (www.grutasdesaomiguel.com.br) supera qualquer expectativa



Com uma bela construção em meio à vegetação natural o visitante recebe as informações básicas para o passeio, utiliza do EPI e por uma trilha suspensa com aproximadamente uns 200 metros de extensão pelas copas das árvores, com direito a parada em pontos estratégicos que oferecem um belo mirante com visão panorâmica da região.
Ao chegar à cavidade principal da caverna, percebe-se uma grande variedade de espeleotemas de formas curiosas - estalactites, estalagmites, ninhos e corais de calcário esculpidos pela natureza durante milhões de anos. A visita dura aproximadamente 1h30 e passa a ser perfeitamente indicada para complemento das informações do atrativo anterior.
Vista interna da caverna


Após as duas visitas realizadas e com o proposto de conhecer o Aquário Natural no período vespertino, tínhamos apenas uma hora de almoço onde optamos por comer num pequeno restaurante na área central chamado Cantinho da Vovó, um local com um belo fogão a lenha e por R$30,00 o quilo, provamos novamente a "deliciosa comida sul matogrossense" – frango, carne de panela, quiabo, pequi – e um breve passeio na praça das piraputangas. 
É ali onde o visitante encontra os dois unicos bancos nacionais: Banco do Brasil e Bradesco. 







Aquário Natural



Vista parcial do aquário
Às 15h horas reunimos o grupo com destino a nosso próximo atrativo. Após 6km percorridos do centro de Bonito chegamos ao Aquário Natural (http://www.aquarionatural.com.br). Situado na Reserva Ecológica Baía Bonita, o local também oferece uma infra-estrutura a altura das outras localidades com um bom atendimento no receptivo. Como o proposto da visita era a flutuação, após vestirmos os trajes adequados – roupa de neoprene, papetes e snorkel – todo o grupo recebeu um breve treinamento com instruções básicas quanto a conduta individual e uso adequado do snorkel na piscina do empreendimento.
Após uma pequena caminhada em pontes suspensas de madeira – pois estávamos em uma região de alagamento onde o nível da água oscila nos meses mais chuvosos – até a base do aquário natural. O primeiro encantamento se dá ao momento em que o visitante se depara com as águas cristalinas da grande nascente.
Ao entramos na água, o segundo encantamento, com a diversidade da fauna e flora aquática a sensação é de que estávamos literalmente dentro de um aquário. Destaque para o grande olho d'água que da origem ao aquário e as mais variadas espécies de peixes que freqüentam o local, porém nada muito volumoso como vemos nas fotos promocionais.
Flutuação nas águas cristalinas
Do Aquário Natural nasce um rio chamado Baía Bonita, que dá o nome à reserva, por onde o visitante flutua numa das águas consideradas mais cristalinas do mundo, durante um percurso de mais ou menos 900 metros. No leito do rio, pedriscos de formação calcária, são responsáveis pela limpidez da água, refletem a luz do sol em tonalidades que variam do azul ao prateado. 
Com aproximadamente 1h30 de duração, o passeio termina com uma pequena trilha em meio a animais da fauna local. Caso o visitante não tenha optado por adquirir as maquinas subaquáticas oferecidas nas agências por um preço médio de R$30,00, o local disponibiliza de um fotografo e por R$50,00 o grupo leva um cd com toda a cobertura da atividade. Com grupo maximo de 10 pessoas – visitante e guia – claramente se percebe o controle ambiental e o segmento de ecoturismo praticado de maneira muito bem organizada.



Noite em Bonito



O aproveitamento da noite no município se restringe aos restaurantes e bares da localidade. Percebe-se que o publico que freqüenta Bonito são em grande maioria adultos, casais jovens e famílias que buscam diretamente o contato com a natureza. Assim, não encontramos grandes agitos pelas principais avenidas que percorremos. Até porque, depois de um dia intenso de atividades em meio às áreas naturais, após um belo jantar, o corpo pede mesmo é descanso.
Continua..

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

PROSA DIGITAL – BONITO/MS – DIA I




O interesse em visitar Bonito/MS ocorreu após uma desistência repentina de uma pequena expedição para o Peru em função das chuvas e falta de disponibilidade de assentos no vôo diário operado pela TAM na rota Guarulhos/Lima. Dois dias antes de embarcar, decidimos (eu e Lia – facebook: lia nardin) que o interior do Mato Grosso do Sul seria uma ótima opção.


Com a rota definida e o interesse constante de não optar pelos pacotes turísticos – pacote é aquela coisa, nem sempre você paga menos e muitas vezes o itinerário é todo engessado – e com o intuito de conhecer outras oportunidades na cidade, no dia 20 de janeiro, embarcamos para Campo Grande/MS.
Tudo começou dentro dos conformes e "ironicamente" consegui pegar logo o primeiro vôo da daquela manhã. Vale considerar que possuo um cadastro na TAM com um dos tripulantes, onde me beneficio com certa facilidade financeira para vôos dentro das rotas operadas pela empresa, porém sem assento garantido. Como a situação da aviação nos dias de hoje, a demanda é infinitamente maior do que a oferta, os aviões estão sempre lotados. Lembrança frustrante que tenho durante a última viagem para Foz do Iguaçú/PR, onde fiquei por 16 horas vagando pelos corredores do Aeroporto de GRU até conseguir entrar num avião com escala em Curitiba para piorar um pouco as coisas. Haja azar para só um dia.

Enfim, chegando ao aeroporto de Campo Grande, o planejamento inicial era de pegarmos um taxi até a rodoviária do município e de lá sentido à Bonito. Porém, percebemos que o fluxo de transportes de agências receptivas é tão grande por ali que financeiramente optamos por realizar o traslado por R$80,00 (todos os valores serão disponibilizados em tabelo no final do relato) com a Bonitour ( www.bonitour.com.br ) – uma das mais tradicionais agências receptivas da cidade – o que a princípio não era legal, pois estávamos desviando do proposto em fugir dos pacotes e por acaso trombamos com o motorista que estava a espera de um grupo.

Na van, conhecemos um casal de SP (Juninho e a figurassa Janaina) – onde viriam a ser nossos companheiros em todos os passeios – que já haviam optado por um pacote em Bonito por uma operadora de SP e durante as mais de 4 horas entre gigantescas fazendas de soja e gado na região de Campo Grande e posteriormente matas características de cerrado – essa eu deixo para o Pedro Hauck www.pedrohauck.net explicar com detalhes, pois não é minha especialidade – entre campos direcionados para pecuária de corte, fomos comparando a variedade de atividades ofertadas em ecoturismo e turismo de aventura pelas agências receptivas e os valores praticados no destino. Foi ali que constatamos que em Bonito, pouco se faz, se você não tiver adquirido um produto por intermédio do receptivo.

Plantio de Soja – região de Campo Grande/MS

Analisando o mercado turístico aliado à sustentabilidade, essa alternativa passou a ser importante para elegerem a cidade como uma das principais rotas de turismo de natureza no país, pois com o receptivo organizado, você define um padrão de qualidade e controla a visitação através da capacidade de carga estabelecida em cada atrativo.

Após muita conversa, vídeos institucionais e promocionais apresentados no transporte e afinidade com o casal que tínhamos acabado de conhecer, ao chegar à sede na Bonitour decidimos optar pelos produtos oferecidos. Foi então o primeiro impacto, pois quase não tínhamos mais possibilidades de passeios em função da capacidade de carga estabelecida – as reservas por operadoras quase que lotam a capacidade de visitação dos atrativos. Ali duas surpresas: a dúvida sobre a realização de passeios tradicionais como a flutuação no Rio da Prata e visitação na Gruta da Lagoa Azul, junto às inconstantes alterações climáticas – o que impede certos acessos – e o alto preço praticado, até certo ponto tabelado pelas empresas locais.

Praça principal de Bonito. Em destaque, as Piraputangas Fonte: oparquet.blogspot.com 

A questão do preço é de simples entendimento: a "região" (depois explico isso) é altamente atrativa pelos diferenciais naturais e possui uma demanda que chega a dar inveja a outras regiões consideradas turísticas, não apenas pelo turista interno, mas também, por muitos estrangeiros em grande maioria europeus onde o Euro é a moeda vigente – mais valorizada que nosso crescente Real. Paga-se em média R$150,00 por cada atrativo incluindo visitação + alimentação + transporte.

Conversando com moradores locais, recebemos a indicação de uma pequena pousada de administração familiar chamada "Vôo das Garças" (www.pousadavoodasgarcas.com.br) localizada a aproximadamente 01 quilometro de distancia do centro. Ao chegar ao local encontramos um ambiente tranqüilo e de fato bem familiar, onde o hospede tranquilamente se intera com os proprietários e funcionários, fugindo um pouco da formalidade de maiores empreendimentos hoteleiros no esquema: "bom dia senhor, olá senhor e como vai senhor?". Destaque para o valor de R$130,00 a diária em apartamento duplo e a criação de coelhos soltos nas áreas gramadas da pequena propriedade.

Ali no local, descobrimos que a 03 quadras, encontrava-se o Projeto Jibóia (www.projetojiboia.com.br ) , um organizado espaço onde diariamente às 19 horas são realizadas palestras sobre serpentes. Com uma taxa de apenas R$20,00 o visitante participa de uma "prosa" de aproximadamente 02 horas apresenta pelo irreverente proprietário com foco na desmistificação das serpentes não peçonhentas, assim como um trabalho de educação ambiental visando a diminuição da matança indiscriminada das serpentes na natureza e a criação de exemplares em cativeiro para suprir o mercado de animais de estimação evitando a coleta irregular no meio ambiente, e de cortesia, ganha a oportunidade de tirar uma foto com uma das jibóias do criadouro. Pra quem adquirir a camiseta do projeto pelo custo de R$30,00 ganha a foto com a phyton – na verdade uma manobra de aumento do faturamento, pois se percebe claramente que os visitantes compram a camiseta apenas pelo registro com enorme cobrinha albina. O momento alto da palestra é quando o proprietário pergunta aos visitantes porque eles estão ali. As inúmeras respostas são direcionadas para o conservacionismo, educação ambiental, valorização da espécie e como resposta, todos absorveram silenciosamente que estavam ali simplesmente para manter o projeto financeiramente, uma vez que a iniciativa é toda privada. Considero como um ponto interessante, pois nada mais é do que uma questão empreendedora, onde muitas organizações similares doutrinam a questão ambiental, onde nada mais do que o faturamento é o que está em questão.

Falando em empreendedorismo, esse mesmo "cidadão da jibóia" teve a inovadora idéia de criar um mapa turístico diferente – coisa que até então não existia de maneira organizada no município – aos moldes do metrô Londrino e a partir daí vendeu os espaços publicitários às empresas existentes na cidade. Nesse momento, os mais atentos percebem que o cooperativismo e sinergia é algo evidente na localidade.


Dali, o final da noite se resumiu em um bom restaurante – destaque para o acessível preço da carne, que segundo o "amigo" garçom, nos informou que o quilo da picanha gira em torno de R$9,00 no açougue (que beleza heim?). São inúmeros os restaurantes na área central da cidade para todos os gostos e bolsos. Estando ali, recomendo provar a carne de jacaré – algo um pouco mais exótico - pois a "deliciosa gastronomia sul matogrossense" como eles costumam vender nos atrativos, não passa de arroz com feijão carioquinha, frango e quiabo com pequi...


Continua!